sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Pássaros feridos de Colleen McCullough


A autora:

De origem Australiana, Colleen McCullough começou a sua carreira literária com a publicação de Tim, seguido de Pássaros Feridos, um best-seller internacional que bateu todos os recordes.

A história de Roma Antiga é retratada de uma forma excepcional ao longo dos seis volumes que compõem a obra O Primeiro Homem de Roma. Todas as suas obras estão editadas em Portugal pela Difel. Em 2000 recebeu o Scanno, o mais importante prémio literário italiano, pela obra A Viagem de Morgan. É hoje uma das 100 pessoas designadas como Tesouros Nacionais Vivos da Austrália. Actualmente vive com o marido na Ilha de Norfolk, no Pacífico Sul.

O livro:

Pássaros Feridos é a saga vigorosa e romântica de uma família singular, os Clearys.
Começa no princípio deste século, quando Paddy Cleary leva a mulher, Fiona e os sete filhos do casal para Drogheda, vasta fazenda de criação de carneiros, propriedade da irmã mais velha, viúva autoritária e sem filhos; e termina mais de meio século depois, quando a única sobrevivente da terceira geração, a brilhante actriz Justine O’ Neill, muitos meridianos longe das suas raízes, começa a viver o seu grande amor.

Personagens maravilhosas povoam este livro: o forte e delicado Paddy, que esconde uma recordação muito íntima; a zelosa Fiona, que se recusa a dar amor porque este, um dia, a traiu; o violento e atormentado Frank e os outros filhos do casal Cleary, que trabalham de sol a sol e dedicam a Drogheda a energia e devoção que a maioria dos homens destina às mulheres; Meggie, Ralph e os filhos de Meggie, Justine e Dane. E a própria terra: nua, inflexível nas suas florações, presa de ciclos gigantescos de secas e cheias, rica quando a natureza é generosa, imprevisível como nenhum outro sítio na terra.

«Verdadeiramente maravilhoso… um épico estrondoso, com uma estrema sensibilidade para as emoções humanas.»

New York Times

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O pastor de nuvens/ O fotógrafo do passarinho



Título do livro: O pastor de nuvens/ O fotógrafo do passarinho
Autor: Inácio Pignatelli/ Manuel Bacelar
Nome da colecção: Cor infantil
Editora: Edições Afrontamento
Ano: 2004
ISBN: 972-36-0707-7
Género literário: Literatura infantil



Sinopse:

A primeira história passa-se no céu, as nuvens vão ao quarto crescente, vestem os vestidos mais cinzentos e acontece uma zaragata entre elas. Eis que chega o vento que vem pôr ordem e ralha muito com elas, desce à terra e encontra um pastor…
A segunda história é baseada na frase que ligamos ao fotógrafo e à fotografia: “olha o passarinho”, conta a verdadeira história.

Apreciação pessoal:
São duas histórias muito ricas em vocabulário, têm palavras fortes, onomatopeias e a sua leitura deve ser feita pelo professor.
As histórias têm uma cadência e um ritmo intenso.

Áreas disciplinares / Não disciplinares em que se pode inserir:
É transversal a todas as áreas disciplinares


Conteúdos programáticos possíveis de explorar:
Os astros (estudo do meio)
Inventar histórias (língua portuguesa)
Completar histórias (imaginar desenlaces possíveis, imaginar cenários, lugar, tempo, acções – Língua portuguesa).


Centro Educativo de S. Martinho da Cortiça

O soldado João



Título do livro: O soldado João
Autor: Luísa Ducla Soares/ Dina Sachse
Nome da colecção: Obra completa de Luísa Ducla Soares
Editora: Civilização
Ano: 2002
ISBN: 972-26-2047-9
Género literário: Literatura infantil



Sinopse:
Conta a história de um rapaz que entra para o serviço militar, não se adaptando à sua rigidez e ao tratamento impessoal de que eram alvo os soldados.
Passa por muitos serviços, corneteiro, cozinheiro, enfermeiro, é em todos eles um bom trabalhador, todos os militares ficam felizes com as suas prestações. Anima-os com corneta, faz-lhes boas comidas e trata-os quando estão doentes.
Resolve, por fim, voltar para a sua aldeia, fazer os trabalhos relacionados com a terra, casar, ter filhos e desistir do serviço militar.

Apreciação pessoal:
A história apresentada contribui para desmistificação do serviço militar e para a sua humanização, enquanto serviço de cidadania.

Áreas disciplinares / Não disciplinares em que se pode inserir
É transversal a todas as áreas disciplinares

Conteúdos programáticos possíveis de explorar:
À descoberta de sim mesmo (estudo do meio)
Contar histórias (língua portuguesa)
Estabelecer relações de significado entre as palavras (sinonímia e antonímia)

Centro Educativo de S. Martinho da Cortiça

O ursinho e a grande lua sorridente






Título do livro: O ursinho e a grande lua sorridente
Autor: Gillian Lobel
Editora: Minutos de leitura
Ano: 2006
Género literário: História infantil



Sinopse:

O ursinho não conseguia dormir por ver a lua cheia. Saiu de casa e encontrou o coelho Pipo e o Ratinho Mindinho. Olhando para a lua, decidiram seguir um caminho para lá chegar: queriam ir à lua tomar um chá e bolinhos de lua. Mas o caminho que parecia curto tornou-se muito comprido. A lua desapareceu e ficou frio e escuro.
Os amigos decidiram voltar para trás, perdendo-se no caminho.
A mamã ursa encontrou-os. Foram para casa.

Apreciação pessoal:
Boa história, com boas ilustrações. Tem a novidade de ter imagens com relevo, dando um ar brilhante à neve. Livro com uma apresentação diferente do habitual.

Áreas disciplinares / Não disciplinares em que se pode inserir:
Conhecimento do mundo
Linguagem

Conteúdos programáticos possíveis de explorar:
Conhecimento das estações do ano: suas características
Noção de perto e longe: o caminho para a lua (situação problemática)
Conhecimento das cores: o branco
Ouvir e recontar a história.


Jardim de Infância de Secarias

Bruxas, Feiticeiras e suas maroteiras de Alexandre Parafita






Título do livro: Bruxas, feiticeiras e suas maroteiras
Autor: Alexandre Parafita
Editora: Texto editora
Ano: 2003
ISBN: 972-47-2321-6
Género literário: contos Infantis


Sinopse:


O livro é um conjunto de contos e lendas de tradição oral portuguesa (transmontana).
O autor reconta histórias infantis que viajam pelo tempo através da tradição oral, com o objectivo de elas não serem esquecidas. Com esta obra ele homenageia os contadores de histórias.
As histórias falam de bruxas com enredos engraçados.

Apreciação pessoal:

Gostei muito do livro. Histórias simples e divertidas que decerto contribuem para aumentar o imaginário das crianças.

Áreas disciplinares / Não disciplinares em que se pode inserir:

Expressão e comunicação:
- Linguagem;
- Expressão plástica, dramática e físico-motora.
Conhecimento do mundo “dias da semana”

Conteúdos programáticos possíveis de explorar:

Halloween: as bruxas
A importância do livro e a importância da recolha de contos tradicionais
Saber dramatizar uma história, desempenhando um papel
Utilizar a história como motivação para a expressão físico-motora ou plástica.
Os dias da semana (O carvoeiro e as bruxas)



Jardim de Infância de Secarias

A Bruxa Mimi no Inverno







Título do livro: A Bruxa Mimi no Inverno
Autor: Korky Paul e Valerie Thomas
Editora: Gradiva Júnior
Ano: 2004
Género literário: conto Infantil




Sinopse:
A bruxa Mimi está farta do Inverno: o jardim está coberto de neve, a fonte congelou, das árvores pendem picos de gelo.
Ela está cheia de frio e aborrecida. Então, faz um feitiço e transforma o seu jardim no Verão.
Satisfeita põe-se ao sol. Mas…
Os animais acordam ainda com sono e mal dispostos. As flores crescem rapidamente com o sol, mas logo murcham. E… as pessoas ao ver o sol, correm para o jardim da Mimi e atropelam-se, fazendo confusão e barulho. Mimi arrepende-se e faz outro feitiço: trazer o Inverno para o seu jardim.

Apreciação pessoal:
Gostei muito da história. Texto simples com um conteúdo muito rico.

Áreas disciplinares / Não disciplinares em que se pode inserir
Formação social e pessoal.
Expressão e comunicação: Domínio da linguagem, expressão plástica e dramática.
Conhecimento do mundo.

Conteúdos programáticos possíveis de explorar:
As estações do ano e suas características
O respeito pelo outro/ saber esperar

Jardim de Infância de Secarias

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Surpresa! Surpresa! de Michael Foreman




Título do livro: Surpresa! Surpresa!
Autor: Michael Foreman
Nome da colecção: Livros do Arco-Íris
Editora: Caminho
Ano: Setembro de 2005
ISBN: 972-21-1125-6
Género literário: Literatura Infantil



Sinopse:
Uma pequena família panda (pai, mãe e filho). O pequeno panda soube que a sua mãe faz anos em breve. Resolve partir o mealheiro e ir à florista comprar uma planta. O dinheiro era pouco, trouxe uma pequenina planta que nem custava nada a esconder. Guardou-a no sótão (local escuro onde o pequeno panda não gostava nada de ir). Todos os dias ia regar a planta ao sótão e durante a noite levava-lhe um pouco de luar (que tinha no seu quarto).
No dia do aniversário da mãe, resolveu deixar abrir todos os presentes, todas as cartas, receber todos os telefonemas, e finalmente chamou os pais para subirem com ele até ao sótão pois o seu presente, para a mãe, estava lá e era uma Surpresa para ela.
Ao abrir a porta os pais assustaram-se e ficaram muito admirados e contentes, a surpresa era uma enorme planta, que tinha crescido tanto que, saía pelo telhado, farfalhuda, verdinha, uma planta maravilhosa.

Apreciação pessoal:
A minha opinião é boa, uma vez que com esta actividade consigo trabalhar diferentes áreas ao mesmo tempo funcionando como motivação e integração de vários temas curriculares.
Áreas disciplinares / Não disciplinares em que se pode inserir
É transversal a todas as áreas disciplinares.

Conteúdos programáticos possíveis de explorar:

Ao nível da Língua Portuguesa:
Comunicar oralmente com progressiva autonomia e clareza
Desenvolver a capacidade de retenção da informação oral.
Desenvolver o gosto pela Escrita e pela Leitura

Ao nível do Estudo do Meio:
O seu passado próximo
- localizar numa linha do tempo



Centro Educativo de S. Martinho da Cortiça

Os ovos misteriosos de Luísa Ducla Soares e Manuela Bacelar




Título do livro: Os ovos misteriosos
Autor: Luisa Ducla Soares / Manuela Bacelar
Editora: Edições Afrontamento
Ano: 1994
ISBN: 972-36-0338-1
Género literário: Literatura Infantil




Sinopse:

Uma galinha farta de viver no mesmo sítio de pôr ovos, na mesma família (mais de 1000 mês), resolveu mudar de ares para outro lugar.
Construiu um novo ninho (o mais fofo e bonito que possam imaginar!) pôs um ovo e resolveu repousar e chocar! Cada vez que precisava de sair para resolver qualquer assunto, quando chegava ao ninho encontrava mais um ovo, de diferentes cores e até de tamanhos variados. Espantada resolveu aguardar até … que ao começarem a estalar dos ovos saíram os bichos mais variados, papagaio, serpente, crocodilo, avestruz e o pinto.
Teve alguns contratempos na sua educação, mas lá cresceram todos diferentes nos seus gostos e atitudes.
A galinha para todos tinha um gesto de amor, tentando sempre agradar aos seus filhotes.

Apreciação pessoal:
A minha opinião é boa, uma vez que com esta actividade consigo trabalhar diferentes áreas ao mesmo tempo funcionando como motivação e integração de vários temas curriculares.
Áreas disciplinares / Não disciplinares em que se pode inserir
É transversal a todas as áreas disciplinares.

Conteúdos programáticos possíveis de explorar:

Ao nível da Língua Portuguesa:

Comunicar oralmente com progressiva autonomia e clareza
Desenvolver a capacidade de retenção da informação oral.
Desenvolver o gosto pela Escrita e pela Leitura

Ao nível do Estudo do Meio:

O seu corpo
identificar características familiares;
reconhecer modificações do seu corpo.

Centro Educativo de S. Martinho da Cortiça

O físico de Noah Gordon


O AUTOR:


Noah Gordon nasceu a 11 de Novembro de 1926 em Worcester, Massachusetts, onde passou a sua infância e frequentou o ensino primário.
Terminou os estudos secundários em 1945 e em 1950 obteve o bacharelato em ciências jornalísticas. No ano seguinte obteve um diploma académico em Inglês e escrita criativa.
Trabalhou e colaborou com diversos jornais tais como: “The Boston Herald”; The “Saturday review”, “Medical World News”, entre outros.
Publicou o seu primeiro livro, The Rabbi, em 1965, ao qual se seguiram The Death Committee (1969), O Diamante de Jerusalém (1979), O físico (1986), Xamã (1992), Matters of choice (1996), O último Judeu (2000), Sam and other animal stories (2002) e mais recentemente, The Bodega (2007).
A maior parte dos seus romances tem como temática assuntos relacionados com a medicina, a inquisição e a herança cultural judia.

O LIVRO:


"O Físico" é o primeiro livro da trilogia de Noah Gordon que conta a história da família Cole através dos séculos. Esta é a história da saga de Rob J. Cole, que sonha em se formar em medicina numa época em que a organização do saber na Europa ainda era rudimentar, permeada por proibições da igreja católica e reservada aos bem-nascidos.
Rob Cole ficou órfão de pai e mãe com dois irmãos pequenos para criar: William, de seis anos, e Anne Mary, de quatro. Lutando para sobreviver, começa a trabalhar como aprendiz de cirurgião-barbeiro e apaixona-se pela medicina.
Rob possui um dom, uma obsessão em aprender sempre mais, não pelo dinheiro que pode vir a ganhar com isso, mas pelas vidas que pode salvar. Ao tomar conhecimento da existência de uma extraordinária escola de medicina na longínqua Pérsia, dirigida pelo lendário Abu Ali at-Hussain ibn Abdullah ibn Sina, o Príncipe dos Médicos, ele resolve que é lá que quer estudar.
Além da distância e da língua estranha, a escola não aceita cristãos, pelo que Rob resolve desafiar os severos costumes da época e disfarçar-se de judeu. Todo o caminho percorrido por Rob Cole em busca de seu objectivo, a viagem até o Oriente, a sua transformação em judeu, os obstáculos até ser aceite na escola e a aprendizagem numa terra estranha fazem parte de uma agradável narrativa capaz de captar a atenção do leitor horas a fio.

EXTRACTO DA OBRA:

“Ainda que isso levasse toda a sua vida, procuraria até que encontrasse um físico digno de quem pudesse ser aprendiz, decidiu.
Quanto aos judeus, ele falara apenas com dois dos médicos deles. Sem dúvida que existiriam outros.
- Talvez um me aceitasse como aprendiz se eu fingisse ser judeu – disse para a gata.
Foi assim que tudo começou, como alguns menos que um sonho – uma fantasia em conversa à toa; ele sabia que não podia ser um judeu de uma forma suficientemente convincente para aguentar o exame minucioso diário de um mestre judeu.
Mas estava sentado em frente da fogueira a olhar fixamente para as chamas, e tudo tomou forma.
A gata virou-se e oferecia a sua barriga sedosa.
- Será que eu não podia ser um judeu suficientemente bom para satisfazer os muçulmanos? – perguntou Rob à gata, a si próprio e a Deus.
Suficientemente bom para estudar com o maior físico do mundo?
Atordoado pela enormidade do pensamento, deixou cair a gata, que correu aos saltos para a carroça. Passado um momento estava de volta, arrastando o que parecia ser um animal peludo. Afinal era a barba postiça que ele usara durante a farsa do Velhinho. Rob pegou nela. Se ele pôde ser um velhinho para o Barbeiro, perguntou-se, porque não poderia ser um hebreu? (…)
- Hei-de ser um judeu falso! – gritou. (…)”
Livro do mês,
sugestão da Biblioteca Municipal de Arganil

Um mundo sem fim de Ken Follett







Um mundo sem fim
de Ken Follett
Editorial Presença, 2008


É de facto Um Mundo Sem Fim…
Querem saber porquê? Então, sigam-me!


Chama-se Ken Follet, o escritor inglês responsável por esta deliciosa obra, que desde o seu lançamento, em 2007, já vendeu quatro milhões de exemplares.
Notável, não vos parece?
O êxito desta narrativa reside na simplicidade da trama, vejamos porquê:
Através de um narrador omnisciente e heterodiegético, o leitor pode seguir durante vários anos a vida de quatro crianças.
A acção passa-se numa pequena, mas promissora vila do interior de Inglaterra, o priorado de Kingsbridge , em 1327., plena Idade Média.
Caris, Gwenda e os irmãos Merthin e Ralph deixaram rapidamente a Catedral de Kingsbridge, depois da missa em homenagem ao Dia de Todos os Santos, em direcção à floresta. Mal sabiam que estavam prestes a presenciar um duplo assassinato, sobre o qual decidem fazer um pacto de silêncio. As suas vidas, porém, desde este instante, já estavam ligadas para sempre.
É também na Kingsbridge medieval que floresce a paixão entre Caris Wooler, - filha de um produtor de lã, muito rico - e o corajoso Merthin Builder. Ela, mulher de personalidade marcante e filha do mais eminente mercador da cidade, está decidida a fazer o condado prosperar, não sem antes desafiar várias convenções sociais. Merthin, por sua vez, consagra-se como construtor de talento, mas sonha com o dia em que Caris ficará para sempre a seu lado.
O irmão mais novo de Merthin, o ambicioso Ralph cresce obstinado a fazer parte da nobreza, ainda que para isso tenha de mostrar a sua face mais cruel e implacável. Quando o seu pai, Sir Gerald, perde as terras, o prior Anthony e o conde Roland, chefe maior da região, determinam que Ralph, o filho mais alto e forte de Sir Gerald, seja aprendiz de cavaleiro, enquanto o menor, Merthin, apesar de mais velho, seja carpinteiro.
Gwenda, cheia de privações impostas pelo destino, luta para mudar a sua vida simplória e triste, condenada até a períodos de fome. As dificuldades constantes da sua família, levam o seu irmão, Philemon, a buscar abrigo no Priorado. Para concretizar o sonho de ser monge, não olha a meios para atingir os seus fins, neste caso, conquistar a confiança de Godwyn, médico formado em Oxford, primo de Caris. Assim como Philemon, Godwyn tinha grandes planos – sonhava em ser o prior de Kingsbridge.E consegue!
Numa atmosfera de conspirações, costumes rígidos e jogos de poder, as vidas destas personagens vão-se entrelaçando em encontros e desencontros, gerando do amor mais puro ao ódio mais visceral. Numa terra onde a lei é determinada pela Igreja, que interfere em todas as actividades, tudo é supervisionado pelo padre prior, numa terra medieval, povoada por reis e cavaleiros, servos e senhores, mas onde todos precisam de sobreviver ao passado, às intrigas e a um terrível inimigo comum: a Peste Negra. As autoridades de Kingsbridge não têm dúvidas de que se trata de um castigo dos céus para purgar os pecados da comunidade.
Mais uma vez, a vida nunca mais seria como antes, e todos o sabiam.
Este surpreendente enredo é acompanhado por minuciosas descrições de um tempo histórico demasiado longínquo para nós, leitores do século XXI. Através desta obra, ficamos a compreender melhor uma Inglaterra mergulhada num tempo conturbado por jogos de poder, muita violência e ambição, e assolada pela maior tragédia do século XIV – a Peste Negra
Outra questão curiosa, prende-se com a caracterização das personagens. É muito interessante verificar que a determinação, a coragem, a ousadia e a genialidade são características transversais a todas as personagens, sendo, contudo, usadas para o bem ou para o mal, de acordo com os fins que pretendem atingir.
Mas a minha personagem de eleição é Caris. Passo a explicar porquê:
Caris é desde a infância uma mulher determinada e questiona os valores impostos por uma sociedade machista, onde a mulher não passa de um simples ser sem cérebro, nem vontade própria. Ora Caris, tenta quebrar estas leis. Primeiro afirma que pretende ser médica, quando sabe, que isso é impossível. Mais tarde, quando descobre o amor, põe em causa o casamento, porquanto não tem espírito de servilismo, recusando-se ser criada e propriedade de um homem. Em plena Idade Média, Caris desafia os poderes instituídos. Engravida durante o namoro e, pressentindo uma vida de escravidão, resolve abortar. Com a sua rara inteligência, conseguiu fazer vingar o seu amor, explicando ao seu amado, a diferença entre o amor desinteressado e vivido em liberdade e o “amor-contrato”, aquele que serve interesses, que é mais tarde destruído por valores, outros, que matam o amor verdadeiro. Foi igualmente o seu lado inquiridor que a colocou várias vezes em conflito com a Igreja, questionando as suas regras e atitudes, valendo-lhe, mais tarde, uma acusação de heresia por parte do priorado. Para não ser condenada à morte, aceitou a proposta do bispo: entrou num convento e tornou-se freira. Mas este facto não a impediu de pugnar pelos seus valores.
Ora temos que considerar que estamos perante uma personagem ímpar, que apresenta uma visão demasiado vanguardista para aquele tempo e obriga-nos a pensar que em todas as épocas existiram seres capazes de questionar a ordem do mundo e as leis que são impostas por um grupo de pessoas, sempre minoritário, contudo poderoso.
Gostava, ainda, de me referir à forma. Este romance histórico (porque também retrata uma época) e realista serve-se de uma linguagem simples, mas incisiva, polvilhada com figuras retóricas variadas, dignas de estudo. O vocabulário não é do mais rebuscado, mas é cuidado. A variedade dos temas é tratada sem tabus, com sensibilidade e inteligência refinadas A tradução contém poucas gralhas. Graças à vitalidade da narrativa, a leitura fluí ávida e descontraidamente, sem vontade de fazer pausas.
Por tudo isto, e muito mais, que cabe a cada um de vós descobrir, aconselho vivamente a leitura desta obra, porque, tal como comecei, terminarei dizendo que estamos, de facto, perante Um Mundo Sem Fim …


Um abraço e boas leituras.
Margarida Rodrigues
(Prof. 3ºCiclo Português/Francês – EB 2,3 de Arganil)

O terceiro gémeo de Ken Follett

O terceiro gémeo
de Ken Follett
Editorial Notícias, 1998


A polémica sobre a clonagem e as perigosas possibilidades da manipulação genética são os temas provocantes da obra “O Terceiro Gémeo” de Ken Follett.

Habituados ao estilo do romance histórico a que Ken Follett nos habituou e de que Os pilares da Terra e Um Mundo Sem Fim são exemplos excelentes, somos confrontados agora com um thriller emocionante: Na sequência de uma sucessão de crimes de carácter sexual, a pesquisadora Jeannie Ferrami descobre gémeos idênticos, clones perfeitos, com o mesmo ADN, mas nascidos de diferentes mães, em diferentes datas! Perturbada com esta estranha descoberta, ela resolve ir ao fundo desta charada. Mergulhando na trama de uma enorme conspiração, Jeannie Ferrami é apanhada nesta teia de enredos, ao apaixonar-se por um dos gémeos. Como sair deste paradoxo, em que o amor por um indivíduo pode multiplicar-se por tês, quatro, cinco, seis…ou sete?

Mas a obra vais muito mais longe! Ela coloca-nos questões tão pertinentes como saber até que ponto é que o indivíduo é condicionado pela educação e pelo meio em que se insere; que aspectos da nossa personalidade é que “herdamos” geneticamente e quais é que nos são incutidos pela educação que recebemos.

Trata-se de uma obra para os amantes de romances de terror e de espionagem, mas também para todos os que gostam de uma história bem contada.

Os pilares da terra de Ken Follett


Ken Follett, nasceu a 5 de Junho de 1949, em Cardiff, no País de Gales. Formado em filosofia, é um autor de grande sucesso, que vê os seus livros darem regularmente origem a filmes ou séries televisivas. A sua primeira obra foi publicada em 1978 sob o título Eye of the Needle, um thriller que venceu o Edgar Award e deu origem a um filme.
Algumas obras:
• O Triângulo; A chave de Rebeca; Na Toca do Leão; O Homem de São Petersburgo; Uma Fortuna Perigoso; O Voo da Águia; O Terceiro Gémeo e recentemente Mundo Sem Fim.
Colecção: Grandes Narrativas
Preço c/iva: €20,00
ISBN: 978-972-23-3788-5
Nº de Páginas: 504 (1º volume)
Nº de Volumes: 2
Data da 1ª Edição:
17-7-2007
Contextualização:

A narrativa inicia-se em 1123 e finda em 1174. São descritos cerca de 50 anos de acontecimentos da História da Inglaterra: A guerra civil travada pelo trono; as movimentações políticas e religiosas entre o clero e a nobreza que tem como ponto culminante e de viragem o do assassinato de Thomas Becket a mando do rei Henrique II; a vida diária do povo e todas as contingências a que está sujeito, numa época de guerra…
Sinopse:


Na Inglaterra do século XII, Tom, um humilde pedreiro e mestre-de-obras, tem um sonho majestoso – construir uma imponente catedral, dotada de uma beleza sublime, digna de tocar os céus. E é na persecução desse sonho que com ele e a sua família vamos encontrando um colorido mosaico de personagens que se cruzam ao longo de gerações e cujos destinos se entrelaçam de formas misteriosas e surpreendentes, capazes de alterar o curso da história.
A narrativa assenta em várias histórias paralelas com um fio condutor que as une. Ken Follett consegue reconstituir magistralmente aquela época, construindo um painel de personagens que abrande todos a estrutura social: O clero, onde o prior Philip e o malévolo Valeron Bigot são a sua face para o bem e para o mal; O Povo, representado por Tom Pedreiro, Alfredo e Jack; A aristocracia, com Aliena, Richard e William Hamleigh, o sanguinário cavaleiro que se comete as maiores atrocidades para ser conde; A realeza que surge a espaços; Os proscritos, gente sem casa, sem nada, representada por Ellen. Nesta obra Ken Follett teve o cuidado de reconstruir toda a sociedade da época.